2020 será marcado pelo registro do primeiro caso de infecção por SARS-CoV2. Um vírus emergente que causa uma doença nova e desconhecida da medicina. Além da vacina eficaz, a sociedade científica se volta para conhecer os principais efeitos da ação do vírus no organismo humano.
Estudos realizados em países da Europa, demonstram que mais de 85% dos pacientes apresentam a persistência de algum sintoma da Covid-19. A Síndrome pós-Covid reúne uma série de sintomas como: cansaço, falta de ar, dor muscular (mialgia), dores nas articulações e dor no peito.
No Brasil, a comunidade médica também registra sintomas apontados pelos pacientes pós fase aguda da doença. Dentre eles, cefaleia (dor de cabeça) persistente, perturbação do sono, alteração do olfato e paladar, que também resultaram em perda ponderal e não recuperação do peso por persistência destas alterações.
Sequelas multissistêmicas podem acometer todo tipo de paciente. É mais comum nos pacientes que tiveram quadro grave, com internações prolongadas, mas pacientes com quadros leves ou moderados podem também apresentá-las.
A fibrose pulmonar (cicatriz da inflamação pulmonar) é a sequela mais frequente relacionada ao trato respiratório, causando sintomas como tosse crônica e dificuldade de respirar.
Mas há ainda relatos de problemas cardiovasculares como arritmias e insuficiência cardíaca que podem ser uma consequência da inflamação do músculo cardíaco (miocardite), decorrente da infecção viral.
Esquecimento, déficit de atenção e de memória também estão entre as sequelas da Covid-19 no sistema neuropsiquiátrico. Os nervos periféricos podem ser atacados pelo vírus, acarretando formigamentos, dificuldade motora e perda de força dos membros.
Ainda, a ansiedade e a depressão podem se tornar uma sequela psicológica. Essas manifestações ocorrem tanto na fase aguda da doença quanto depois do período crítico.
A recomendação é de que todos os pacientes após a infecção pelo coronavírus façam um checkup médico com avaliação pulmonar, cardiológica, fisiátrica, nutricional e psicológica.
A ciência ainda não mapeou todas as sequelas da Covid-19, tampouco determinou o tempo em que estes problemas podem ocorrer. Em alguns pacientes, os sintomas são percebidos alguns dias após a fase aguda, principalmente nos casos que precisaram de internação e cuidados intensivos. Em outros casos, podem persistir até três meses depois dessa fase e estão relacionados ao impacto do coronavírus no organismo.
Ainda não há uma regra, mas existe uma prevalência nas pessoas com doenças preexistentes, como diabéticos, cardiopatas, obesos, imunodeficientes e portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica consequente, principalmente, ao tabagismo além de idosos.
Vale ressaltar que, por ora, essas ocorrências são observadas nos pacientes que testaram positivo e tiveram sintomas de Covid-19. Contudo, não se descarta que, no futuro, os estudos demonstrem que pacientes assintomáticos também possam apresentar sequelas.